sexta-feira, 9 de julho de 2010

Estudantes ocupam reitoria da UNIR em protesto contra adesão ao Novo Enem


Estudantes secundaristas de Porto Velho (RO) ocuparam a reitoria da Universidade Federal de Rondônia, em protesto contra a decisão do reitor de aderir ao Sistema de Seleção Unificado – SiSU do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem.

Confira a Nota do Comando Estudantil em Defesa do Acesso à Universidade Pública:


ESTUDANTES SECUNDARISTAS E UNIVERSITÁRIOS OCUPAM O PRÉDIO DA REITORIA DA UNIR


Nesta quinta-feira (01/07/10), estudantes das escolas públicas e privadas do Ensino Médio com o apoio de estudantes da Universidade Federal de Rondônia ocuparam as dependências do prédio da reitoria da UNIR logo após a manifestação da manhã de quinta-feira pelas ruas de Porto Velho para manifestar contra a adesão autoritária da reitoria da UNIR ao ENEM/SiSU, conhecido também como “Novo Enem”.

Uma das principais revoltas dos estudantes foi motivada pela medida unilateral do Reitor da UNIR, Prof.º Januário do Amaral, em aderir ao ENEM por meio de um decreto, e posteriormente submeter a reunião do Conselho Superior Acadêmico (CONSEA) de forma atropelada, pois não houve avaliação alguma por parte da Instituição em averiguar e detalhar em projeto os prós e contras desta adesão – precipitada – ao Sistema de Seleção Unificado (SiSU).

O Ministério da Educação descreve o SiSU como um “sistema informatizado, gerenciado pelo Ministério da Educação, por meio do qual as instituições públicas de educação superior participantes selecionam novos estudantes exclusivamente pela nota obtida no Exame Nacional de Ensino Médio”. Através da sua implementação o Governo Federal apenas propõe mudar a forma do vestibular ao invés de criar mais universidades públicas ou melhorar a estrutura das já existentes.

Com a aplicação de uma prova única em todo o território nacional o governo chega ao absurdo de contrariar todos os princípios políticos, éticos e mesmo pedagógicos ao desconsiderar completamente as “condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento;” (Art. 27 parágrafo II da LDB), à exemplo, comparamos o baixo nível do ensino ofertado na região norte do país com o ensino das escolas das regiões sul e sudeste do país.

Desde a tomada da decisão autoritária do Reitor os estudantes secundaristas vêm se mobilizando nas escolas, conscientizando estudantes e professores sobre a necessidade de exigir o debate com a sociedade sobre as implicações resultantes de uma possível entrega das vagas da única universidade pública do estado de Rondônia à ampla concorrência no país.

Após horas em vigília no prédio da reitoria da UNIR os estudantes decidiram por manter o gabinete da reitoria ocupado e prometem resistir até que haja alguma resposta favorável da Administração Superior às suas exigências.

Comando Estudantil em Defesa do Acesso à Universidade Pública.



Fonte:
http://www.andes.org.br/imprensa/ultimas/contatoview.asp?key=6678

segunda-feira, 14 de junho de 2010

ALUNOS DA USP BLOQUEIAM FAIXA DA AVENIDA PAULISTA EM APOIO À GREVE DOS SERVIDORES

11.junho.2010
Por Carolina Stanisci e Carlos Lordelo


Sob um frio de 13 graus e um vento que deixava a sensação térmica ainda mais baixa, cerca de 40 alunos da USP fizeram nesta noite um protesto na Avenida Paulista para manifestar apoio à greve dos servidores da instituição.

O ato começou às 18 horas em frente à TV Gazeta, onde os estudantes estenderam faixas de repúdio ao reitor João Grandino Rodas e outras de exaltação à greve dos funcionários da USP e do Judiciário estadual.

Usando tambores e megafones, o grupo gritava palavras de ordem para quem passava pela Paulista e nos pontos de ônibus. “Que vergonha deve ser / deixar trabalhadores sem comer” era uma das músicas cantadas – e inventadas – pelos manifestantes.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), foram cortados 16 dias de pagamento de cerca de mil funcionários da prefeitura do câmpus e da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas).

Os estudantes caminharam em direção ao prédio da Justiça Federal, mas não pela calçada. Preferiram ocupar uma das faixas da Paulista, prejudicando o já conturbado trânsito da capital. A Polícia Militar acompanhou o ato.

Durante cinco minutos, o grupo chegou a fechar toda a Avenida no sentido Consolação. Motoqueiros subiram na calçada para desviar dos manifestantes, enquanto os motoristas apertaram forte as buzinas de seus carros.

“Queremos que as pessoas saibam o que está acontecendo na USP. O reitor vai na imprensa e fala ‘Basta de greve’, mas esquece de falar que a USP está fechada à população”, disse a estudante do 5º ano de Ciências Sociais Paula Berbert, de 23 anos, referindo-se ao exame vestibular.

Assim como Paula, Luciana Machado, do 4º ano de Letras, também faz oposição à atual gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE), que não participou do ato. “O DCE vem tentando dialogar com o reitor sem denunciar as coisas que ele fez”, afirmou. “O DCE não está preocupado com a greve e com a ocupação da reitoria.”

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/ponto-edu/alunos-da-usp-fecham-avenida-paulista-em-apoio-a-greve-dos-servidores/

Protesto de estudantes na Av. Paulista em solidariedade aos trabalhdores grevista da USP

sexta-feira, 11 de junho de 2010

CONGRESSO FUNDA NOVA CENTRAL SINDICAL, POPULAR E ESTUDANTIL


Com a participação de 4.050 ativistas de todo o país, sendo 3.180 delegados e os outros na condição de observadores e convidados, o CONCLAT -Congresso Nacional da Classe Trabalhadora-, realizado nesse último domingo (6) na cidade de Santos-SP, fundou uma nova organização para a luta dos trabalhadores brasileiros: a Conlutas - Central Sindical e Popular, uma entidade que unifica os setores sindical, popular e estudantil.

Esta nova entidade já retorna para seus estados e cada um dos trabalhadores, ativistas de movimentos populares retomam as inúmeras lutas que vêm realizando. Entre elas, a mobilização contra o veto do governo Lula ao fim do fator previdenciário e ao reajuste de 7,7% dos aposentados, a defesa dos servidores públicos que estão em greve contra o congelamento de salário por dez anos, as tantas categorias de trabalhadores e estudantes que estão em luta e os movimentos populares que mantêm seus enfrentamentos em defesa de moradia e melhores condições de vida.

Delegações internacionais - Um dos pontos altos do Congresso, em sua abertura, foi apresentação das delegações internacionais com a presença de 120 convidados, representado 26 países. Entre eles, Grécia, Itália, Espanha, Portugal, Alemanha, Suíça, Rússia, Japão, Estados Unidos, México, Haiti, Honduras, Costa Rica, Argentina, Bolívia, Venezuela e diversos países da América Latina. Após a saudação dos reprsentantes dos servidores públicos da Grécia, Sotiris Martalis, e do Haiti, Didier Domenique, o Hino da Internacional Socialista foi cantado em diversos idiomas emocionando a todos, que mantiveram os punhos cerrados, e encerraram a abertura com uma salva de palmas.

Após esse momento houve a apresentação de 22 teses. O primeiro dia dos trabalhos deu a tônica da movimentação e do desenvolvimento das polêmicas de maneira extremamente democráticas que ocorreriam até o seu encerramento no dia 6, último dia do Congresso Nacional da Classe Trabalhadora. No domingo, além do debate em grupos na parte da manhã, teria a tarde dedicada ao debate e aprovação das resoluções.

Domingo (6) - Ao final dos debates em grupos, na plenária final, as votações também ocorreram em meio a intensos debates. Diversos pontos foram aprovados. A primeira resolução aprovada foi sobre a situação internacional e nacional e um plano de ação que responda aos ataques feitos recentemente aos salários e direitos dos trabalhadores no Brasil. Além disso, fortalecer uma unidade internacional nas lutas, já que em diversos países os ataques são os mesmos, principalmente aos servidores públicos e aposentados.

Também foi aprovada a criação de uma nova entidade que aglutine os setores sindical, popular e estudantil. Havia duas outras propostas que foram derrotadas: a de uma central somente de trabalhadores, ou seja, que organizasse somente os sindicatos e a proposta de central sindical e popular, mas sem as representações dos estudantes. Porém, reconhecendo a centralidade da classe operária, os delegados aprovaram a representação estudantil e dos setores de luta contra a opressão na nova entidade, com o limite de 5%.

Sobre a forma da nova secretaria executiva nacional, a proposta aprovada foi 27 membros titulares e 8 suplentes, além de um Conselho Fiscal com 3 titulares e 3 suplentes. A Conlutas havia proposto a quantidade de 25 membros titulares e 8 suplentes, mas chegou-se a um acordo em torno da proposta da Intersindical.


O novo nome da entidade foi a principal polêmica ocorrida naquela tarde. Havia originalmente três propostas: Conlutas-Intersindical, Cocep e Ceclat. O nome “Conlutas-Intersindical” foi proposto pela Conlutas, “Ceclat” foi proposto pela Intersindical e outros setores. O MTL, outra organização que compôs o congresso, propôs o nome de “Conlutas-Intersindical – Central Sindical e Popular”, o que foi defendido pela Conlutas. O resultado dessa votação atingiu 2/3 do plenário, com vitória para a proposta do MTL e Conlutas.

Mesmo reconhecendo o resultado da votação a Intersindical, a Unidos pra Lutar (CST) e Movimento Avançando Sindical (MAS) abandonaram o congresso desrespeitando a vontade dos milhares de delegados presentes.

Existia um amplo acordo de formar uma central que fosse uma alternativa às centrais governistas, que respondesse as demandas de lutas imediatas dos trabalhadores, já não garantidas pelas outras centrais.

Com o critério do respeito às deliberações das instâncias de base, durante a organização, após várias reuniões, chegou-se ao acordo entre todas as forças que participavam da preparação do Congresso de que as diferenças que existissem deveriam ser decididas no próprio congresso pelos delegados eleitos pelos trabalhadores em suas categorias. Ou seja, as diferenças seriam remetidas diretamente aos cerca de três milhões de trabalhadores que estavam representados naquele congresso.

Composição da Nova Central – Após a ruptura dessa entidade, as entidades e movimentos que permaneceram propuseram ao plenário ratificar todas as votações que haviam ocorrido e definir uma direção provisória com 21 nomes para funcionar para encaminhar os próximos dois meses, quando haverá a primeira reunião da coordenação da nacional. Neste período retomará a relação com as organizações que romperam para chamá-las a repensar a atitude e recompor a unidade desse movimento. As duas propostas foram aprovadas.